Através de oficinas e laboratórios de formação e interação, construção de ambientes seguros para diálogo, partilha de experiências de vida e de sonhos, criação e apresentação de peças teatrais interactivas, danças e jogos tradicionais de significados estruturantes e promotoras de paz, sessões de Vídeo-Fórum com projecção de documentários nacionais e estrangeiros com conteúdos formativos e estimulantes a reflexão, realização de “Roadshows” com artistas locais e convidados, antecedidos por actividades de carácter desportivo (atletismo e futebol), fazendo do desporto, música, dança, teatro, concursos e outros atractivos, momentos descontraídos de veiculação, partilha e absorção de mensagens de segurança e paz em Moçambique.
Há sensivelmente quatro anos, a Província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, vem sofrendo ataques de grupos armados, causando nas suas incursões a morte de centenas de pessoas, tendo causado mais de 300.000 deslocados internos, com relatos de outras centenas a refugiarem-se nos países vizinhos com maior destaque a República Unida da Tanzânia. Os ataques vêm aumentando em gravidade e frequência desde o seu início em outubro de 2017, com registos de um aumento particular da violência em 2020.
Os deslocados estão se espalhando dentro do país, com populações inteiras fugindo de Cabo Delgado para as províncias de Nampula, Niassa e Zambézia. No interior da Província de Cabo Delgado, um número crescente de deslocados internos chega diariamente a Pemba, Metuge, Montepuez e outrosdistritos do sul.
É neste âmbito que Centro de Teatro do Oprimido de Maputo em parceria com a OIM-Organização Internacional para as Migrações está a implementar o projecto “Fortalecendo a segurança e a estabilidade da comunidade nas comunidades afectados pela violência na Região Norte de Moçambique através da capacitação da polícia e engajamento da comunidade”. O objetivo do projeto é construir resiliência das comunidades à violência e fortalecer os esforços do Governo para responder às diversas necessidades das populações de forma positiva.
A metodologia a ser usada será fundamentalmente a linguagem e técnicas do Teatro do Oprimido, método que dá primazia a estórias de vida, experiências, conhecimentos e habilidades locais, transformando os oprimidos em protagonistas da mudança. Realizações de sessões públicas de ARTE e DESPORTO em eventos abertos e que neles se aborda com clareza e frontalidade a situação do Proteção, Segurança, Paz e Tranquilidade Pública, dentro e fora dos campos de acomodação ou das comunidades de acolhimento.